Por Alessandra Piassarollo
É comum o dito de que “o que não nos mata, fortalece”. E ele pode ser aplicado aqui, neste contexto. As decepções, embora sejam muito duras de serem encaradas, não matam. Trazem sofrimentos, sim, ninguém haverá de se manifestar em contrário. É difícil aceitar que algo ou alguém tão importante para nós não é exatamente o que esperávamos que fosse.
É um desgosto difícil de lidar. É como se a vida viesse nos oferecendo algo embrulhado num papel vistoso e quando desembrulhamos, cheios de expectativa e brilho nos olhos, percebemos que o embrulho era interessante, mas o conteúdo nem tanto. Que vontade de sumir que dá na gente, não é?
Se a decepção é amorosa, o coração em pedaços promete não cair nessa novamente e pede um tempo para se recuperar. Se acontece na vida profissional, a gente precisa se levantar da rasteira o quanto antes, mesmo que esteja com os joelhos esfolados pela queda repentina.
Mas dentre todos os casos e possibilidades, nada é mais dolorido que decepcionar-se com as pessoas do círculo mais íntimo, amigos ou familiares, sobretudo aqueles com que convivemos anos a fio. A tristeza chega a virar dor física, tamanho o sofrimento enfrentado.
Mas estamos todos aqui, para contar história. Portanto, decepção não mata!
O mesmo não se pode dizer dos sentimentos, para os quais uma decepção pode ser fatal. Mas há de se saber lidar com isso também!
E se fizéssemos uma pesquisa, certamente descobriríamos que a maioria das pessoas considera ter se tornado mais forte depois das decepções. E não é para menos: um coração ferido torna-se muito mais determinado a se defender, a fim de sofrer menos da próxima vez. Sim, porque muito provavelmente haverá uma próxima e o que nos cabe fazer é minimizar os danos e erguer-se novamente, o mais rápido possível.
É claro que é difícil superar. Porque a decepção é um preço alto demais a ser pago simplesmente porque nutrimos boas expectativas. Mas se, infelizmente, elas não foram atendidas, não há mais nada a fazer a não ser encarar isso como aprendizado e através dele se tornar uma pessoa melhor. E isso inclui libertar-se da mágoa, do rancor ou do sentimento de vingança.
É recomeçar, substituir a dor por um ideal e seguir em frente. Mas sem desejar replicar o mal, porque ele sempre volta sobre nós mesmos.
E embora haja sempre muita tristeza envolvida, o mais importante a ser entendido é que decepção não é beco sem saída, e quanto mais formos experimentados, mais rápido aprendemos a sair dela.
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