Esquecer mágoas faz bem ao corpo e á alma, por Prof. Renato Dias Martino

Prof. Renato Dias Martino

Quem nunca se sentiu ferido por alguém que gosta? A ferida, de tão profunda, não conseguiu cicatrizar. Ficou ali, machucando ao longo de dias, meses e anos. Esse sentimento, conhecido como mágoa, afeta milhares de pessoas, causando dor e rancor.

De acordo com a psicoterapeuta, master e trainer em Programação Neurolinguística, Dalva Almeida, a mágoa é uma doença, pois causa dor na alma e no corpo devido à tortura interior que tira a paz e até o sono. “A mágoa não nos deixa esquecer o passado e faz com que não consigamos viver bem o presente. Uma pesquisa feita com dezenas de vítimas de problemas cardíacos revelou que 80% dessas pessoas eram rancorosas”, afirma.

O professor e psicoterapeuta Renato Dias Martino concorda. Para ele, vários problemas de saúde são estimulados por dificuldades psicológicas.“Não é novidade que inúmeras enfermidades físicas se originam de um ressentimento. Aquilo que é ressentido constantemente na mente tende a criar um representante no corpo, para ser cultivado de forma inconsciente como símbolo dessa mágoa”. Além de se manifestar fisicamente, a mágoa pode dificultar os relacionamentos, pois incapacita o amor, paralisa a sequência da vida e deixa cada vez mais forte o ressentimento.

O perdão pode tornar-se cada vez mais difícil, principalmente pela lembrança do mal sofrido, que sempre vem à tona provocando sensação de sufoco e mal-estar intermináveis. Reviver por meio de sentimentos o que já se passou – mas não foi resolvido – é o que mantém vivas e presas no coração todas as mágoas. “E com o ferimento sempre exposto, a pessoa se mantém presa ao passado. A raiz dos transtornos mentais, como as neuroses, está justamente no desejo que ficou no passado”, afirma Martino. Viver remoendo mágoas passadas é dar abertura também para a raiva e ao posto de vítima. É transformar-se em prisioneiro de si mesmo.

A busca pela conquista da paz interior e pela cura da mágoa que corrói a alma deve ser incessante. Após a decisão de mandar a mágoa para bem longe, os próximos passos a serem dados estão relacionados ao cultivo de bons sentimentos. “O cultivo de elementos afetivos e de conhecimentos claros da realidade é o fundamento do modelo de vínculo, capaz de desintoxicar uma mente envenenada de ideias destrutivas e emperrada nas mágoas. Daí por diante, consciente das limitações e fragilidades, é muito interessante se afastar de qualquer que seja a ligação que possa sugerir decepções drásticas”, destaca Professor Martino.

Para o profissional, a mágoa é uma forma de funcionamento mental que encontra com frequência seus “colaboradores”. Por isso, para estar liberada das mágoas, é importante estar atento a quem provocou feridas. “Manter-se ligado a alguém assim é manter-se exposto a novas mágoas”, diz.



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