“Foi escrito há 200 anos”: executivo da Disney defende beijo “não consensual” em Branca de Neve

Vivemos um período de muitas transformações comportamentais, o que significa que muitas atitudes que até ontem eram permitidas e socialmente aceitas, hoje são revistas e já não passam mais desapercebidas. Um bom exemplo disso é a intensa patrulha do público sobre produções culturais que ainda reproduzem piadas ou situações que expoem preconceitos que hoje lutamos para combater.

Neste sentido, um dos maiores clássicos da Disney – se não o maior de todos os tempos – recentemente virou centro de uma enorme polêmica. Trata-se do filme ‘Branca de Neve e Os Sete Anões’. Em um artigo publicado na edição online do San Francisco Chronicle, dois autores pediram que a Disney atualizasse o filme para excluir a cena em que o Príncipe beija a Branca de Neve enquanto ela está inconsciente.

“ (O príncipe) a beija enquanto ela dorme e, portanto, não pode ser amor verdadeiro se apenas uma pessoa sabe o que está acontecendo”, argumentam Julie Tremaine e Katie Dowd. “(É preciso) ensinar as crianças que, quando for beijar uma pessoa, se ambas não concordarem, não está tudo bem”, acrescentaram.

Para o autores, é “difícil entender” como a Disney ainda mantém cenas desse tipo em 2021, pois as consideram “desatualizadas”, afinal passam a ideia de que um homem pode fazer qualquer coisa com uma mulher. “Por que não reimaginar um final de acordo com o espírito do filme e o lugar de Branca de Neve no cânone da Disney, mas evitando esse problema?”

Resposta da Disney

Diante da polêmica, um diretor executivo da Walt Disney Imagineering, entidade responsável pelos parques temáticos da empresa, saiu em defesa de “Branca de Neve e os Sete Anões” para manter a clássica cena do beijo.

Por meio de sua conta no Twitter, Jim Shull escreveu diferentes publicações para referir-se à situação e sua posição a respeito dela:

Considerando o fato de que as mudanças culturais ocorrem ao longo de décadas, deve-se reconhecer que, no contexto da história em que o filme se baseia, o percurso está correto. As pessoas, é claro, podem não gostar da história, mas a equipe fez um trabalho espetacular.”, Jim Shull comentou no Twitter.

Ele ainda frisou que “muitos contos de fadas europeus foram publicados há mais de 200 anos com o propósito expresso de entreter e educar”.

Finalmente, Shull deu a entender que existe até uma versão de Branca de Neve sem esse beijo polêmico. “Em uma versão do conto de fadas alemão Schneeweibchen (Branca de Neve), a jovem em coma é revivida quando um dos servos do príncipe deixa cair seu corpo, o que desloca a maçã envenenada de sua garganta e o príncipe não a beija”, escreveu.

Uma resposta que não chama a atenção, pois esclarece que provavelmente o “beijo do amor verdadeiro” não será retirado do clássico da Disney.

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As informações são do site UPSOCL.



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