Em janeiro do ano passado, a empresária goiana Jessika lorrany Vaz da Silva, 29 anos, diagnosticada com diabetes, contraiu Covid.
Apesar de já ter recebido a vacina, lamentavelmente, seu quadro clínico piorou muito rápido e ela veio a óbito.
Casada, Jessika deixou 3 filhos — na época com 6, 10 e 12 anos.
Pouco menos de seis meses depois, a filha caçula, Vallentina, resolveu fazer uma homenagem para a mãe em seu aniversário.
“Pra minha mãe”
“Pra quem vai o primeiro pedaço?”, pergunta um familiar. Vallentina, então, tira uma foto da mãe de dentro do seu vestido e diz: “Pra minha mãe”, diz, às lágrimas. Os convidados ficam emocionados e batem palmas.
A atitude da menina pegou todos de surpresa e o vídeo do momento viralizou nas redes sociais.
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Em entrevista à Revista Crescer, Simone Vaz da Silva, 45 anos, mãe de Jessika e avó de Vallentina, contou que a diabetes da filha estava controlada. “Ela fazia tratamento. Estava bem num dia, mas, no outro, acordou com muitas dores e falta de ar. Passamos o dia tentando uma vaga na UTI. Mas no fim do dia, ela já estava muito mal, a vaga não saia e o quadro dela foi piorando”, lembrou.
“Ela tomou muitos medicamentos durante o dia, mas precisou ser entubada. Eu implorei à Deus para que não tirasse minha filha de mim. Foi desesperador, muito triste. Horas depois, a vaga saiu e ela foi transferida para a UTI de outro hospital em estado grave. No dia seguinte, os médicos disseram que os dois rins dela haviam parado e ela precisava de hemodiálise, mas não aguentaria. Segundo eles, o quadro evoluiu para pancreatite — uma inflamação do pâncreas”, contou Simone.
“Eu insisti muito até que deixaram eu vê-la. Conversei com ela, eu orei e pedi pra olhar pra mim… Naquele momento, ela virou a cabeça e eu percebi que ela estava se despedindo. Cerca de 20 minutos depois que sai de lá, veio a notícia de que ela havia falecido; eu perdi minha filha. Dia 18 de janeiro de 2022 foi o dia mais triste da minha vida. Ainda não consigo entender e aceitar”, completou.
Em meio ao luto, a avó disse os últimos meses não tem sido fáceis. “São crianças que tinha uma mãe muito, muito presente. Era uma mulher muito forte, uma mãe dedicada, que amava, cuidava e ensinava tanto seus filhos”, disse Simone. “A menor, Vallentina, 7 anos, é a que mais sofre. Era a mais ligada à mãe, as duas dormiam juntas. Ela pergunta todos os dias, fala da mamãe todos os dias. A falta da mãe é insubstituível pra eles. Nada do que a gente fizer vai suprir essa falta”.
A avó de Vallentina conta que no dia da missa de sétimo dia de falecimento de Jessika, a neta afirmou que desejava que o tema do seu aniversário de 7 anos, em junho, fosse “anjo”.
“Jessika nunca nunca deixou um aniversário passar sem comemoração. Então, meu genro preparou a festinha e organizamos a fantasia. Antes da festa, Vallentina pediu uma foto da mãe, entreguei pra ela e ela colocou dentro vestido. Todo mundo achou que ela queria simplesmente sentir a presença da mãe. Dava pra notar que ela estava muito triste”, lembra.
“Então, logo depois do parabéns, na hora de cortar o bolo, eu perguntei para quem seria o primeiro pedaço. Ninguém esperava, foi uma surpresa muito grande pra todos — ela colocou a mãozinha dentro do vestido, pegou a foto da mãe e disse: ‘É pra minha mãe’. Foi muito, muito triste, mas, ao mesmo tempo, foi muito lindo”, disse Simone. “Ela quis fazer uma homenagem pra mãe e nos surpreendeu muito”, completou.
Vallentina chorou muito neste dia, como conta Simone. Emocionada, ela decidiu compartilhar o vídeo em suas redes sociais, mas não imaginava que fosse viralizar.
“Ela deixou um vazio muito grande. Como explicar para três crianças que a mamãe não vai voltar? Que ela se foi? Hoje eu não vivo, eu sobrevivo. A minha dor só não é maior do que o amor que eu tenho pela minha filha”, declarou. “Hoje minha filha vem me ver todos os dias. Onde estou, uma borboleta vem pertinho de mim e das crianças. Sabemos que é ela”, completou ela.
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Fonte: Crescer
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