Você acredita em destino? por Isaias Costa

Essa é uma pergunta que todos nós nos fazemos em algum momento da vida ou outras pessoas também nos fazem. Como eu sou um rapaz que gosta de pensar com profundidade sobre as coisas que questiono, pesquisei a etimologia desta palavra, que é belíssima.

Destino vem do latim stinare, e tem o prefixo de, que é um intensificador da mesma. Juntando os termos significa: “aquilo que é firmemente estabelecido para uma pessoa”.

É talvez por isso que quando falamos em destino a nossa fala fica parecendo algo místico e cheio de mistérios, porque analisando a palavra, é como se o destino fosse algo IMUTÁVEL. Será?

Essa é a maior das questões! Lendo sobre a Psicanálise, aprendendo um pouco com as teorias incríveis de Sigmund Freud e também do mestre Carl Jung, estou aprendendo um conceito que foi amplamente escrito por Freud que é o “Princípio da Realidade”, em oposição ao “Princípio do Prazer”.

São conceitos complexos, mas vou colocar aqui de um jeito bem fácil de entender OK? O princípio do prazer está relacionado a tudo aquilo que nos desperta o desejo, a curiosidade, o esforço, a vontade de saber mais etc. No entanto, o princípio da realidade nos mostra que estamos dentro de uma sociedade, num contexto repleto de limitações, regras e leis, que muitas vezes faz com que nossos desejos, sonhos e anseios sejam arrefecidos ou mesmo impossibilitados, entende?

Em outras palavras, para tudo na nossa vida, existe a chamada “submissão ao princípio da realidade”, ou seja, se algo passar pelo princípio do prazer e ter, digamos, uma “aprovação” ao passar também pelo princípio da realidade, tal coisa se torna viável e possível de ser realizada.

Saindo do campo do teórico e partindo para a prática, o que tudo isso quer dizer? Vou citar um exemplo bem interessante!

Um garoto veio para esse planeta com um imenso potencial para se desenvolver na Matemática ou na Física, basta que receba os estímulos necessários para desenvolver um dom que já existe e pode assim se transformar num talento!

No entanto, um garoto nasce no meio de uma favela extremamente pobre em uma das regiões mais perigosas e violentas de uma cidade grande. Sua família é grande e totalmente desestruturada, ele passa fome na sua infância e cedo precisa ser colocado para trabalhar para ajudar a sustentar a família.

Talvez esteja no destino dele se tornar um cientista, ele tem esse potencial para algo tão grandioso, mas a sua realidade não contribui de forma alguma para que se torne esse cientista. Existe nele um pequeno fio de esperança de que, se ele for decidido, forte e almeje sair dessa condição de miséria, possa se destacar nos estudos e lá na frente venha a se tornar esse grande cientista. Mas tudo está no campo das possibilidades.

Da mesma forma existe a possibilidade de ele ser assassinado numa troca de tiros, de ele se envolver com traficantes e se transformar em um, ele pode se interessar por ganhar dinheiro de formas ilícitas etc.

No fundo, o que se trata é de um processo de conhecer a si mesmo. Nessa hora, me vem em mente uma das mais famosas frases atribuídas ao mestre Jung que diz: “O que não enfrentamos em nós mesmos acabaremos encontrando como destino.”

Se a pessoa não buscar no fundo do seu ser qual é a sua verdadeira VOCAÇÃO, o que ela veio fazer nesse mundo, o “Princípio de realidade” pode fazê-la se distanciar completamente dos seus maiores dons e consequentemente talentos. Percebe como isso é profundo?

Eu mesmo, posso me colocar como exemplo. Até já falei isso algumas vezes em textos anteriores. Eu era extremamente influenciável quando era mais novo. E por ser tímido, por vários anos acreditei que jamais poderia me tornar professor e fazer desse ofício meu “ganha pão”, como se diz!

Hoje tenho a mais absoluta certeza de que essa é a minha verdadeira vocação. E precisei buscar bem fundo esse sentido pleno de vida, através de uma incessante busca pelo autoconhecimento.

Se eu tivesse a vida inteira sido o mesmo rapaz influenciável e que não sabia bem o que queria da vida, hoje estaria tomando remédios antidepressivos enfurnado dentro de um laboratório de Física fazendo contas o dia inteiro! E mais! Você não estaria aqui lendo esse texto.

Talvez conseguisse desenvolver algo de bom, mas sem dúvida seria infinitamente aquém do que posso ser como professor, como escritor, e agora também como terapeuta.

Na Física talvez fizesse um artigo ou outro que ajudaria um pouco a ciência. Com o que faço hoje, posso ajudar centenas de alunos diretamente e presencialmente, e milhares de pessoas à distância, através dos textos e também dos áudios (podcasts) que tenho gravado. Não é bacana isso?

Isso faz parte do meu destino, que poderia ter sido absolutamente diferente! E você? Qual é o seu destino? Volto a pergunta que intitula esse texto. Você acredita em destino?

Aproveito o momento para dar a minha resposta: “Sim! Eu acredito em destino”. Existe um destino para cada um de nós, mas ele está submetido ao princípio da realidade, amplamente trabalhado pelo genial Freud.

Reflita sobre tudo isso e saiba que através do mergulho no autoconhecimento, mesmo que você esteja vivendo algo que não favorece o despertar e desenvolvimento dos seus maiores potenciais, você pode mudar a sua trajetória, pode mudar o curso da história, como muitos gostam de dizer, e assim, fazer diferente!

Torço pela sua vitória e que você seja no mundo um agente do bem, trabalhando em prol do benefício do maior número de seres!

Paz e luz.



Para todos aqueles que desejam pintar, esculpir, desenhar, escrever o seu próprio caminho para a felicidade.