‘É como se não ter filhos fosse uma tragédia’: o estigma contra mulheres que não são mães

Jaqueline Vargas, autora de séries, novelas e filmes, agora lança o livro “Aquela que Não É Mãe”. Nele, reúne poemas sobre a maternidade e as mulheres que não desejam seguir esse caminho.

Segundo ela, a decisão de não ter filhos a acompanha desde sua adolescência, em seus 18 anos, conta que repensou na maternidade aos 33, e por fim, aos 40, decidiu não ser mãe e assumiu sua escolha.

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Sua família, mesmo não criticando sua decisão, sempre a incentivava a maternidade.

“Não só a família, mas a sociedade, que sempre associou a figura materna a algo único, sagrado, imaculado: “o momento mais lindo na vida de toda mulher”, dizem… “Quando uma mulher abre mão de ser essa criatura sagrada para ser só uma mulher, como se isso fosse pouco, causa assombro. Afinal, sempre foi incumbida de várias funções, como cuidar da casa, dos filhos, dos idosos e por aí vai. A mulher como cuidadora de si mesmo é algo relativamente novo”, observa.

“Para muitas pessoas, a mulher que não quer ter filhos é uma mulher estranha, que causa assombro. E, diante do assombro, muitas pessoas podem ser hostis”.

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A média brasileira de mulheres na idade fértil que não pensam em ter filhos, chega a 37%, dessas 81% não pensam em ter filhos pelo menos nos próximos cinco anos, sendo as entrevistadas 56% estão em uma relação estável e 74% trabalham integral ou parcialmente. No levantamento feito pela farmacêutica Bayer, com apoio da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo).

Nos EUA, por exemplo, mulheres sem filhos ganharam termos próprios: “childless” e “childfree”. Sendo as childless mulheres que queriam ter filhos, mas nunca tiveram. E childfree, aquelas escolheram não os ter.

Segundo o censo de 2014, 47% das mulheres estadunidenses entre 15 e 44 anos não tiveram filhos.

“Não querer ter filhos não é crime”

Atualmente no Brasil, já existem grupos de apoio on-line para essas mulheres que decidiram não optar pela maternidade. O que para Vargas é essencial devido a troca de vivencias e os benefícios que podem vir dela.

“Em primeiro lugar, porque fica evidente que você não é a única a não querer ter filhos. Segundo, porque um ambiente de afinidades gera mais segurança e liberdade para se expor sem medo de julgamento. E terceiro porque, ao verbalizar e escutar, temos a possibilidade de ressignificar essa “verdade absoluta” que tem sido imposta às mulheres ao longo da história. “Quanto à culpa, mais do que aliviá-la, a troca pode levar ao entendimento de que não existe culpa”, reforçou Jaqueline.

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Fonte: UOL

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Gabriel tem 24 anos, mora em Belo Horizonte e trabalha com redação desde 2017. De lá pra cá, já escreveu em blogs de astronomia, mídia positiva, direito, viagens, animais e até moda, com mais de 10 mil textos assinados até aqui.